Nos últimos quinze dias tive dois contatos com a morte. O primeiro, a morte de uma pessoa extremamente querida. O segundo, a morte de alguem que eu nem cheguei a conhecer pessoalmente. É interessante pensar que nos dois casos, havia como base, um mesmo sentimento. Obviamente sofri muito mais a morte da pessoa que me era cara. Mas me surpreendeu que eu tenha ficado abalada pela segunda morte, de alguem que eu honestamente nem gostava. A notícia, a princípio, não me causou grandes sentimentos. Mas após um tempo, vem essa sensação de unidade com todos os seres. Esse medo de que a vida nem sempre faça sentido. Essa certeza de que a humanidade está conectada de alguma forma por esse medo da morte, e por essa impressão que nenhum ser a merece.
Nada disso pareceu coerente com o fascínio que a morte exerce em mim. O sombrio me é um grande atrativo. E eu pensei... pensei que talvez, seja exatamente esse medo da morte que me faça andar de braços dados com ela.... Como dizia Sade, "A melhor forma de se familiarizar com a morte é liga-la a uma idéia libertina" . Talvez seja isso. Talvez eu tenha tanto pavor do fim que eu viva querendo ter intimidade com ele. Eu busco o risco, a dor, o panico... tento vive-los vez após vez, para que a hora que a morte chegue, ela não me seja uma inimiga impiedosa, mas sim, uma velha conhecida, que me traga conforto em seus braços....
Talvez...
4 comentários:
Pois é, minha amiga...
A morte assusta! Eu estou confrontado com ela através de uma pessoa muito querida, mas acaba por sendo inevitável. Um beijo
JB
querida tavi
não tenho o dom de escrever como você, mas parece que copiou cada frase direto do meu coração...
bjinhos
raquel
Boa noite Tavi! Meu nome é Simone, estou conhecendo o meio há pouquíssimo tempo e vc foi indicada como alguém q me passaria muitas coisas, através do q escreve no seu blog. Então cá estou lendo e me deliciando, pois achei sua forma de escrever muito linda... Intenso, expresso suavemente. Gostei muito. Até mais,
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