quarta-feira, 16 de julho de 2008

Caminhos...

Tenho uma tendência à procrastinação. E quem pode me condenar por isso, se vivo em um mundo tão rico de escolhas e possibilidades. Tão absolutamente imprevisível, e tão rico em experiências, que ao invés de aproveitar esse privilegio, as vezes contemplo tudo, e tanto, que termino paralisada. E eu não sou a única.
Minhas melhores amigas também sofrem desse mal. Mulheres feitas, independentes, empreendedoras que também são assaltadas por essa letargia da escolha. Caminhos, muitos deles, se põe a seus pés, se bifurcando e se abrindo em tantos atalhos que entontecem, cegam, seduzem... O grito é o mesmo grito de Alice, lá em seu país das maravilhas...

“- Um lado irá fazê-la crescer, e o outro irá fazê-la diminuir.
“Um lado do que? Outro lado do que?” pensava Alice consigo mesma.
- Do cogumelo - respondeu a Lagarta, como se Alice tivesse perguntado em voz alta, e já no momento seguinte, a Lagarta havia desaparecido.
Alice permaneceu pensativa, olhando para o cogumelo por um minuto, tentando compreender quais eram os dois lados da planta, e como ela era perfeitamente redonda, sentiu-se em meio de uma difícil questão. Entretanto, por fim a menina esticou seus braços o mais que pode em torno do cogumelo e cortou um pedaço da borda com cada mão.
“E agora? Qual é qual?”

Pois é, minhas queridas amigas. Eu também queria saber. Mas o fato é que o tempo das respostas fáceis já se foi. Hoje em dia, cada escolha é uma aventura, uma incerteza. Cada sim implica em milhares de nãos. E dizer não, dói. Uma escolha nem sempre é liberdade. As vezes uma escolha é uma privação. E caminhamos, escolhendo tanto, pensando tanto, buscando tanto nosso caminho claro e definido, que quando chegamos onde queríamos, nos colocamos a repensar se era isso mesmo, se valeu a pena, se os atalhos que nos negamos a tomar não esconderiam em si exatamente aquilo que nos motiva, que nos faz viver de verdade.

Ou talvez, talvez agente possa, com muita sensibilidade e um baita de um jogo de cintura, driblar as escolhas e viver entre o sim e o não, nos permitindo as incoerências, saboreando as contradições de nossa amada vida moderna.

2 comentários:

Sarinha disse...

Minha linda Tavi, primeiro tenho que dizer que estou muito feliz em vê-la postando tão rápido rs.

Segundo, esse texto está maravilhosamente escrito, flor. Já o tema, não disse nada, mas entendeu-se tudo rs.

É querida...Entendo você, infelizmente as escolhas não são tão fáceis.

Um beijão...

Sarinha

Unknown disse...

Lendo o texto, só me veio uma frase na cabeça:

" A vida é feita de escolhas, para fazermos as certas, precisamos de experiência, para se ter experiência, fazemos as erradas"

Cada escolha é um risco e , mesmo que não seja a certa, sempre podemos tirar alguma coisa boa.

Beijos!!

rayanah{CSoG}

tavi