domingo, 28 de dezembro de 2008

EU, POSSE?


Sim. Definitivamente sim! Porque tem essa parte minha que precisa disso. Essa parte ilógica que quer mais sentir do que explicar. Essa vontade estranha de me contradizer porque ele chega e me rouba o ar. Porque ele é único e me vê, me entende e apesar disso, me abraça e me protege. Porque apesar do fato de que ele me abraça e me protege, ele me expõe à dor com o olhar seguro e resiste às minhas artimanhas. Porque as minhas artimanhas anseiam por serem resistidas... e eu anseio por um momento que me deixe nua de mim... e que me torne objeto... objeto de desejo...objeto... simplesmente...


Não. Jamais! Jamais seria isso simplesmente. Sou um ser humano inteiro e complexo, e me permito orgulhosamente ser cheia de vontades, ideias e planos. Sei o que quero. O busco com a força que acho em mim. Não me calo diante de agressões a meus princípios. Não abandono o que acredito por caprichos alheios. Nem o amor faz de mim um boneco de corda. Sou gente. Adoro ser gente! Adoro o cheiro do perfume que eu escolho usar a cada manhã. Sou várias. Porque escolho. Eu adoro escolher!

Dono, eu sei que não é simples. Espero que seja ao menos divertido me ter sob teu domínio...

=)

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Cartinha pro Papai Noel



Do Dom para o Papai Noel:

Papai Noel,

Esse ano quero uma sub novinha e bonitinha (mas dessa vez com peso e altura compatíveis, ta?). Que aceite bem, ou melhor, que deseje uma irmã de coleira, ou melhor, duas. Que não queira um namorado e sim um Dono e que não grude demais. Mas também veja que ela não desgrude demais e me deixe na mesa do bar fetichista enquanto se insinua para outros Doms. Quero que ela tenha Orkut, mas que nele só tenha espaço para um amigo do sexo masculino: EU! Que ela seja completamente submissa e jamais me questione em nada, mas que também não seja burra de vez!

Obrigado.
Abraços

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Da sub para o Papai Noel:

Senhor Papai Noel,

Olá. Senhor. Esse ano eu queria te pedir, lógico, caso seja da Sua vontade, que o Senhor me envie o Dom ideal. Que ele não se preocupe com aparência, mas que queira uma sub de verdade! Que não deseje me dar de presente irmãzinhas. Que ele só tenha olhos para mim. Que ele saiba me dar carinho, mas que nem por isso deixe de ter boa pegada. Que ele sempre passe por meu Orkut pra ler as minhas declarações, mas que não resolva me fazer deletar todos os meus amiguinhos queridos. Ah, que ele me bata, sempre, principalmente em público, mas que não faça isso apenas para aparecer.

Obrigada, Senhor!

Beijinhos submissos

***************************************************

RESPOSTA DO PAPAI NOEL:


Ha ha ha! E ainda dizem que eu é que não existo!


=)


FELIZ NATAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Inevitável...

*
Eu quero sentir. Eu me devo isso!
E quem for amigo, não fale mal...
Não tente entender nem formule teorias.
Não analise demais, nem finja que não viu.
Não discuta em pequenas rodas o que faço.

Nem eu me alcanço,
Porque tens que me alcançar?
Não sinta pena e nem inveja.

É que quem deseja, não pode evitar.

E agora que o futuro chega
E realiza os devaneios do passado
Amor, me encante, como me tens encantado

Como brilhou nos sonhos, brilha ao meu lado!



terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Falsa Dominaçao - Os truques mais manjados!



Sem meias palavras...

1- Truque do Orgulho Ninfomaníaco:
Ele a convence de que ela é tão absolutamente sexual que ela, inconscientemente, deseja sim estar na cama com ele e mais algumas meninas. Se ela não sente isso, é porque tudo foi reprimido pela nossa sociedade. Ela na verdade é certamente bissexual. Ele pode “sentir” isso!

2- Truque do Orgulho BDSM:
Ele a convence de que ela é tão absolutamente submissa (ou masoquista, ou as duas coisas), que não há no vocabulário dela a palavra limites. Ela faria tudo porque ela é a mulher mais gostosa e fascinante que ele já provou (e acredite, foram muitas)!

3- Truque da Mulher Especial
Ele a convence de que ela é especial demais e única demais pra ter uma vida comum com direito a marido, filhos, um casamento em comunhão total de bens e um cão labrador.

4- Truque da Irmã Escolhida
Pode ser que ele a faça ir a “caça” pra ele, com a desculpa de que será melhor que a querida irmãzinha de coleira seja alguém que ela escolheu. A verdade provavelmente será que ele anda muito cansado de ficar em sala de chat procurando iniciantes, e que preferiu passar a tarde de sábado no clube, com a esposa, os filhos e o cão labrador que (ele sim) tem!

5- Truque da Proteção:
Pode ser que ele a proíba de qualquer contato com outros Dominadores para protegê-la. Na verdade ele faz isso pra SE PROTEGER. Imagino que a reputação de um Dom assim não seja das melhores... E também há o risco de ela conhecer um homem de verdade e, por comparação, entender os joguinhos de seu Dono.

É importante lembrar que o Truque do Orgulho BDSM tem uma nova aplicação. O Dom que deseja se utilizar de uma masoquista e consegue o que quer muitas vezes a convencendo de ela não é sub... é só masoca... e por isso ele não irá encoleirá-la, porque ela não é mulher de se submeter! Ela é uma mulher selvagem! Por isso ele a levará para o motel, mas não “forçará a barra” tentando oferecer-lhe uma coleira. Ela está “acima” de coleiras.

O Truque da proteção também oferece uma segunda aplicação. Tem também os Doms que proíbem suas subs de freqüentar o meio, dizendo que fazem isso para que elas não se chateiem com as confusões e fofocas que existem. Normalmente enquanto suas subs ficam em casa sendo por eles “protegidas”, eles estão no Dungeon do clube temático de sua preferência, curtindo uma deliciosa noite de cenas BDSM.

Engraçado que um Dominador de verdade nem precisaria dar desculpas pra fazer o que quer...

Tudo isso eu já vi acontecer tantas vezes...
Por essas e por outras que passei a questionar tanto a D/s.

Descobri que tem de tudo. Charlatões e Dominadores. Que os Charlatões as vezes encantam, e as vezes, se encantam e tomam jeito. E que os Dominadores as vezes erram, e as vezes caem em armadilhas da vida, e as vezes até se tornam Charlatões.

E que o importante é saber o que se quer. Quer ser sub? Ótimo.
Espere
Porque um dia chega aquela pessoa especial... Aquela que vai saber te Dominar.

Tudo isso pra dizer que após um longo período em que questionei minha própria submissão, eu descobri que ela existe sim. Mas que está guardada em mim para o momento certo. Não é um sorriso que a fará vir a tona. Não é uma “pegada forte” ou um “olhar penetrante” que a arrancará de mim (sem desmerecer essas duas coisas maravilhosas...rs). Minha submissão é estranha. Vem do mérito. Da força moral. E do cuidado para comigo.

E é um tanto contraditório...

O amor de um homem por uma mulher se confunde. aos olhos de muitos, com submissão.

Mas a verdade é que só quem ama sabe cuidar de uma mulher como se deve. E um homem que sabe cuidar, proteger de verdade, torna algumas de nós completamente dependentes....

Eu sei... eu quero apanhar... eu quero ser humilhada... eu quero ser esquecida e as vezes mal tratata...

Hum rum... Verdade...

Mas por alguém que queira e saiba como cuidar de mim.

E quando eu acho essa combinação em alguém... Pode demorar (eu sou muito desconfiada)... Mas quando eu sinto que achei...

Eu fico de quatro...

E aí, esse cara que soube cuidar de mim, que resistiu aos testes do tempo, do "meio" e da vida, esse sim...

Eu chamo de Dono. Eu beijo o chão em que ele pisa!





quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

FOTO DO MES

Há algum tempo surgiu a vontade de usar esse espaço para dar foco a duas paixoes minhas reunidas: O BDSM e a fotografia.
A arte e o prazer... Deliciosamente combinados. Momentos íntimos compartilhados em imagens estáticas, mas que para quem sabe do que se trata, despertam a imaginaçao e nos convidam a essa viagem pela mente do outro.. o prazer do outro... e para dentro de nós, ninando desejos antigos, fazendo os novos aflorarem.

Ontem passeando pelos blogs, achei essa imagem, de MFD_[margoth]. Nem preciso dizer que parei por lá um bom tempo, admirada. Com autorizaçao do Master Fred Dom, trago ela pra enfeitar meu blog também...



Que sub nunca sonhou com isso? Aposto que muitas já realizaram tb....rs
Lindo, não?
beijos com carinho
e obrigada à margoth e seu Dono MFD. Parabéns pela foto!
=)


quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


Paradoxal

Eu sigo escrevendo contra a corrente
Mas implorando por um momento a mais
Na fúria do que me degrada
No lodo que me satisfaz
Digo que não, e se não insistes
Fica tudo como há um tempo atrás
Calmaria que jamais resiste
Se me rendes e ignoras meus sinais

Porque o que digo quando estou contigo?
Palavras dúbias ou sem sentido...
Quero que arranques meu não de mim
E se infiltre, fora da lei
O sim é o sim que fizeste!
Quem mais poderia, quem mais saberia?
Mundo bobo e tedioso em que o guerreiro virtuoso
Frente aos encantos de menina vira um cortesão medroso!

Tu não! Tu me resistas!
E me de um tanto do que eu não quero
Porque é assim que me desespero
E em meu desespero, grito teu nome
Não me trates com ternura.
Não é essa a minha sina!
Quero mão e palavra dura
Eu quero sangue, eu quero vida

Aí então, quando eu for, em tua cama
A mais barata das mulheres, a que clama
Aí sim, me chames “princesa”
E me deixe confusa do meu papel
Aí sim, me fale de amor
Pra que eu acredite, e ainda assim duvide...
Aí sim, o beijo, depois da dor
Aí, sim, senhor, me idealize!

*

domingo, 23 de novembro de 2008

TODO MUNDO É MASOQUISTA HARD!

*baseado em uma historia real. Aliás, baseado em várias histórias reais...

Uma amiga minha, lá do interior do sul do pais, me informou que finalmente viria a São Paulo conhecer um clube fetichista. Seria sua primeira vez em um lugar assim.
Eu estava contente com sua visita, mas também ansiosa, pois ela era totalmente inocente. Eu sabia que era preciso ir aos poucos com ela.... Sabia que ela teria uma overdose de informação, e estava disposta a dar o melhor de minha sensibilidade para recebe-la com carinho e cuidado.
Estava tudo combinado. Nos encontraríamos as 22 horas.

Só que aquele dia houve uma tempestade, e me vi presa no transito. Perdi a hora. Ela, por sua vez, estava tão ansiosa que chegou por volta das nove. Eu entrei no clube precisamente à meia noite.

Cumprimentei alguns amigos, rapidamente, e segui procurando minha amiga. Liguei umas duas vezes no celular que não atendia. Achei estranho. Percorri o local e, não a encontrando, perguntei a um amigo:

- Por acaso você viu uma loirinha por aqui? O Nick dela é ******. Estou preocupada porque ela é nova no meio... deve estar meio perdida e...
Meu amigo me interrompeu com uma risada maliciosa:
- Olha, se for quem eu estou pensando, você não precisa se preocupar. Ela acabou de ir pro Dungeon fazer uma cena.

Fiquei muda. Imaginei a principio que se tratasse de um engano, mas... como realmente o Dungeon era o único lugar em que eu não a havia procurado, percebi que meu amigo poderia ter razão.

Abri a porta do Dungeon... Não conseguia ver direito o X.

Um Dom e uma Domme se alternavam, batendo em alguma bunda que eu ainda não conhecia. No exato momento em que eu entrei, a Domme usava uma paddle de borracha e o Dom se virava, buscando o chicote longo na mala. Nisso a menina no X se virou curiosa, e pude comprovar. Era realmente a minha amiga do interior do sul do país.

Era sua primeira vez ali.

O Dom marcou sua pele 12 vezes com a ponta do chicote longo.

Vi que a Domme conversou com ela por uns trinta segundos e se ausentou, retornando depois, com agulhas e luvas descartáveis.

Foram colocadas mais de 100 agulhas em suas costas.

Saí. Ela estava nas mãos de dois Dominadores bastante respeitados no meio. Ela tinha mais de 18 anos. Ela parecia estar se divertindo. Sentei com duas amigas masoquistas, e conversamos um pouco.

E pela primeira vez, duas masoquistas conseguiram me entediar!

Era cada uma contando de sua “aventura” mais chocante. Uma tentando ofuscar as peripécias da outra. Até o ponto no qual eu já não ouvia mais o que diziam, apenas palavras dispersas enfatizadas, repetidamente: “....LONGO.... AGULHAS.... MAIS DE 200.... ROOOOXA!..... UM MÊS MARCADA..... MASOCA... SUPER MASOCA.”

E pela primeira vez na vida, eu que sou eu, fuji de duas masocas bisexuais!

Eu simplesmente não agüentava mais.

Tudo bem que hoje em dia todo mundo é masoca hard. Mas ficar ali fazendo contabilidade de quem teve mais picadas, ou as marcas de quem duraram mais tempo já começava a ficar mais chato do que ver TV aberta de tarde.

Fui para um canto. Sentei-me com um podo. Tomei minha coca enquanto ele bebia uma cerveja e contava piadas. Me senti segura. Ali. Do lado do podo.

E eu ficava pensando...

Puxa, eu gosto de saber das cenas que acontecem. Sempre amei sentar com amigas pra conversar, ver as marcas. O que havia de diferente agora?

E foi o podo que me falou: “O problema é que agora, com essa nova modinha, isso tudo muitas vezes não é feito por prazer, mas sim por puro orgulho. O “contar”, o “mostrar as marcas e fotos depois” se tornou o objetivo principal. E antes as pessoas iam aos poucos descobrindo seu potencial. Hoje em dia qualquer um chega e apanha até pedir piedade. É muito fácil!”

E eu concordei com o podo, em parte.

Mas ao mesmo tempo, se é pra ser assim, que seja! Eu não vou virar moralista das chicotadas.

Agora, eu tive que assumir. Para mim, esse cenário todo tava ficando cada vez mais chato. Eu não sei... Mas tudo isso... Devia ter algo de especial. Devia ser tratado com um pouco mais de carinho. Fetiches são para serem vividos. Mas também, são preciosos demais parar virarem mera guerrinha de egos...

Ou não. Afinal, minha amiga parecia tão feliz no X...

Mas aí ela voltou. E eu, lógico, perguntei:

- E aí? Que achou de tudo?

E a resposta me surpreendeu:

- Ah, tavi.. Foi bom, mas... um tanto superficial!



= O

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Longe de qualquer problema... perto de um final feliz.....


E do pranto fez-se o riso...
Alguma coisa em mim me fez acordar no meio da noite puxando o ar com toda a força de meus pulmoes.
Era Vida! Gritando depois de tanto ter se calado. Me açoitando com a força de um sobrevivente. A Vida, tentando reinar em mim, assustando a dor e as sombras... Abrindo berreiros, desdenhosa e segura de si.

Eros, com uma flechada certeira atingiu a foice de Tanatos e os dois seguiram juntos... rindo e contando piadas por aí, curtir a manhã nos jardins da minha mente.

Lobotomia? Crise de mania?
Sei lá

Fiquei feliz. E o Desejo libertou-se da Morbidez com uma força que guardava há muito tempo... exatamente pra isso. Jogou-a na parede em um estupro violento... gozou dentro dela tantas vezes até deixa-la toda branca por dentro. Transformou-a em Alegria... Morbidez Alegre de mim...
Eu sei, eu sei que quem nasce pra ter alma melancólica nao muda. Jamais. Não definitivamente.

Mas "enquanto tarda o escuro e o abismo", quero ir pra festa!
Só que pra MINHA festa. Para o que é festa pra mim! Só pra mim.

Me afastei um pouco do MSN, Do BDSM, da TPM e de todas as demais siglas. É hora pra palavras inteiras!
Nao me afastei totalmente... ali tambem encontro pessoas MUITO queridas.
Mas reencontrei prazeres esquecidos.

E de repente, nao mais que de repente... Eu soube:
Não importa o que aconteça...

Eu vou ficar bem!
=)


"Birds flying high
you know how I feel
Sun in the sky
you know how I feel
Reeds driftin on by
you know how I feel

It's a new dawn, It's a new day,
It's a new life... For me
And I'm feeling good

Fish in the sea
you know how I feel
River running free
you know how I feel
Blossom in the tree
you know how I feel

It's a new dawn. It's a new day.
It's a new life.. For me
And I'm Feeling Good..."
(nina simone)

domingo, 2 de novembro de 2008

PIADINHA INCIDENTAL...


A sub amarradinha na banheira, enquanto a agua subia, pede, delicadamente ao Dono:
- Senhor, posso fazer um pedido?
- Pode.
- Eu te imploro.. por favor... por favor...por favoooorrr.... nao tenha um ataque cardíaco agora!!!
=)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Tristeza



A minha tristeza é a maior do mundo! (E cada um que pense isso da sua!)
Aquilo que ME atinge... que Me derruba ...

Acho que sei ficar triste como ninguém. Eu namoro a tristeza. Eu a encho de poesia. Assisto a lagrima rolar como quem observa uma obra de arte. Eu me sento, triste e olho pro espelho... escorrego para o chão como se houvesse trilha sonora. Deixo os cabelos tocarem o tapete... e julgo a cena como um diretor exigente e perfeccionista.

Porque assim, talvez, se eu converter tristeza em arte, talvez eu a sublime...

Assim minha atenção diverge dos problemas, e eu penso no belo, apesar da dor.

Mas hoje... hoje não há nada artístico na minha tristeza.... hj ela se mostrou solitária e desprovida de poesia. Tristeza real. Tristeza que não aceita subornos. Tristeza honesta, que é o que é.

Será o principio do fim?

E se for?

Que será que vem depois do fim?

“Eu nem sei por que me sinto assim
Vem de repente um anjo triste perto de mim”

...



quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sobre A Menina Que Nunca Dorme...


Branca de externalizaçoes. Sutil ao extremo. temerosa, excessivamente respeitosa. Pálida. Silenciosa.

Foi assim que ela entrou na minha vida.

Mas no olhar, ela carregava um mundo de intensidade...

E assim, a cada semana ela trazia um novo tom. Um rosa pálido, um azul tranqüilo, um verde discreto que queria florescer.

De repente um vermelho desespero criou uma chance de aproximação. Eu deveria fazer uma escolha. Me ausentar e me proteger ou acolhe-la e correr todos os riscos que se corre ao se abrir a porta a um desconhecido.

E a desconhecida discreta então foi se vestindo com todas as cores do arco-íris. Essa amizade nasceu aos poucos, com muito cuidado, de ambas as partes. Ela consegue ser tão desconfiada quanto eu. Ela também precisa de um tempo pra abrir as portas a uma nova amizade. Hoje, só posso sentir gratidão por termos nos dado esse tempo.

Então...uns 3 ou 4 meses depois de conhece-la, lá estava eu, saindo da internet as 4 da manha com o doce sabor de ter tido uma conversa com uma amiga, uma nova amiga, que ouviu meus dilemas e soube me trazer paz e esperança. Ela não me disse que meu problema “não era nada”. Ela não tentou me iludir. Mas ela me fez sentir que eu não estava sozinha.

E então... diversão, porque nem tudo é problema. Risos. Aventuras. Um ou outro segredo. Ligação. Conexão inexplicável. Companhia apreciada.

Diferenças também. Ela vive em um mundo a parte, em que não depende de aprovações. Ela faz o que acha certo, independente dos custos e conseqüências. Eu nem sempre concordo com ela. Eu sou definitivamente mais diplomática. Eu acho que sofro menos. Ela tem uma intensidade multicolorida. Ela sofre de sinceridade crônica. Eu as vezes erro tentando faze-la mais parecida comigo, ao mesmo tempo em que não quero de jeito nenhum que ela perca essa forma tão “honesta a qualquer custo” de ser.

Amizade que não se paga. Se aceita e se retribui. Dias felizes de se sentir “em casa” quando ela está por perto.

Um viagem de cumplicidade, carinho e doses aceitáveis de tiraçao de sarro. =)

E então... ela teve que ir para longe. E eu, esgoista, me pego melancólica pensando em mim. Em como serão os dias sem essa presença.
Nem lembro que ela, desconfiada que só, receosa com o desconhecido como é, parte para um mundo todo novo, todo branco. Um momento mágico, mas tenso também. Mas se não me preocupo muito com ela quanto a isso, é porque eu sei que ela vai preencher os vazios com seu perfume de doce aroma. Eu sei que ela vai descobrir novas cores, novos gostos, novas estradas.

E eu também sei que mesmo estando longe, ela se fará presente. Um e-mail. Um scrap. Uma conversa como as de antigamente pelo MSN.


Rayanah, minha querida amiga:

Tudo de melhor pra você nesse momento especial. E obrigada por tudo que fez por mim. Obrigada por me dar essa sensação gostosa de que não importa onde você esteja, eu tenho uma amiga com quem posso contar.

E volta logo! Onde eu estiver, tem sempre um lugar guardado, te esperando!

Beijos. Beijos mil!!!!!!!!

Sayonara!

domingo, 14 de setembro de 2008

No Games...Just Sport!



É verdade que minhas notas na escola eram boas. Que era pra mim que pediam ajuda nos trabalhos de Inglês. Que eu sempre terminei minhas redações mais rápido que o resto da turma, que em geral suava na carteira, tentando descobrir como passar idéias para o papel de forma minimamente ordenada. Amava história e esse amor era recompensado com no mínimo um 9. Geografia nunca foi problema. Eu assumo que matemática, física e química nunca receberam minha melhor atenção ou desempenho... Mas de alguma forma, no ultimo momento, quando eu entendia que por mais que eu odiasse essas matérias eu teria que passar de ano, eu estudava.. e aprendia...

Mas tinha algo que sempre foi meu terror: Educação Física. Era nesses momentos que a bad girl que havia em mim tomava posse do meu corpo e eu corria... não para o campo... mas pra alguma sala vazia e ali ficava, escondida, com uma ou duas aliadas que também tinham horror de bola. Algumas vezes fui levada à quadra praticamente puxada pela orelha e tive que me submeter a toda aquela algazarra. E eu não jogava mal (vôlei a parte). Eu simplesmente odiava o clima competitivo que tomava conta das doces meninas da minha sala. Algumas se transformavam... Lembro da bruna, uma baixinha, delicada... que ao entrar em canpo se tornava uma megera indomável e aterrorizava as goleiras, que receberiam suas boladas infernais. Ela virava um monstro faminto! Mais de uma vez vi a Fabrizia, a goleira oficial (uma versão feminina de Arnold Schwazenegger) correr e abandonar o gol desprotegido de medo da bruninha, que não passava de um metro e meio.

Mas uma vez posta em campo e humilhada pela professora que me pegava fumando escondida na melhor das hipóteses... eu até que me virava bem. Minhas notas nos esportes ficavam entre um 5 desleixado e um 7 suado. E eu perguntava.... já que eu não era a pior jogadora da sala, porque esse meu terror de entrar em campo?

Competição. Palavra maldita que causava ansiedade e tinha o poder de separar melhores amigas. Palavra desaforada que fazia tantas doces garotinhas ridicularizarem a performance das menos habilidosas. Palavra filha da mãe que gerava desentendimentos que nasciam nas quadras, mas se estendiam para todos os cantos da sala de aula por vários anos letivos.

Mas e aí? Se te jogam no campo, você tem que jogar.

E se você tem que jogar... se não tem outro jeito mesmo... o melhor é vencer.

Eu sou a favor da exterminação total dos jogos competitivos na educação física. Mas esse é meu ponto de vista. Radical e singular, creio eu. Isso é com quem elabora os programas disciplinares. Eu posso fazer muito pouco, ou nada, a respeito.

Mas sabe... depois dos anos escolares, não há quem nos obrigue a ter esse tipo de comportamento. Vai pro campo quem quer. Quem quer faz de sua vida um eterno jogo competitivo. E que prazer tem com isso? Depois de uma vitoria vem sempre a ansiedade do próximo jogo. Guerras de verdade, nunca terminam. Um tratado de paz não é algo confiável. Uma vez começada, a guerra vira um vicio, uma banal briga de egos na qual muitos se colocam, orgulhosos.

Não há vencedores. Há quem esta por cima nesse momento, essa semana. A próxima será diferente. Um novo stress, uma nova batalha.

Essa vida de jogador não é para mim. Não é por medo. Simplesmente passar por cima de alguém, me provar a mais esperta, a mais gostosa, a mais de qualquer coisa, não me faria bem algum. Gosto do que me tornei. Gosto de ser essa pessoa que não precisa desse tipo de afirmação. E eu não sou a melhor. Tenho plena consciência disso. Mas gosto de mim, com todos os meus defeitos e limitações. Gosto DEMAIS dos meus poucos amigos verdadeiros para me aventurar numa busca desenfreada pela solidão: o fim de todo jogador da vida.

Então... é isso que eu queria dizer hoje. Se possível, não me puxem para o campo. Eu prezo demais pela harmonia de viver fora das quadras.

Beijos com muito carinho! E bola pra frente!

=)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Porque Eu Nao Dormi Esse Fim De Semana



-Uma chacara, 11 amigos, uma lareira.

-Material “bélico” pra todo lado.

-A rayanah desfilando em seu pijama “rosa-avó”

-O Christian tomando tombo na entrada da casa as 3 da manha.

-Verônica de chef de cozinha, mandando bem. Eu e rayanah picando cebola, mandando mal!

-“A cidade dorme. Assassino, quem você vai salvar? Enfermeiro, quem você vai investigar? Detetive, quem vc vai matar?”

-Por algum motivo estranho... houve uma noite em que todos os homens passaram frio....Menos o Dimitri.

-Deusa_Kl falando na língua do “Ahn”

-Por algum motivo estranho, todos concordam que o Kleiton é um homem a ser admirado....



Frases Célebres:

Frase Célebre de deusa: Eu??? Mas eu não fiz nada!!!

Frase Célebre de Rayanah: Na verdade eu nem dormi.

Frase Célebre de Lord Dragon: Eu não sou o assassino. Eu sou vítima.

Frase Célebre de Verônica: Eu não sou o assassino, Eu sou vitima.

Frase Célebre de Christian: Eu acho que eu vou acender a lareira...



Entrega do Oscar:

E o Oscar de melhor derrubador de latinhas com chicote longo vai para... Senhor Asgard

E o Oscar da melhor caipirinha vai para... Mr K Rock

E o Oscar da maior “dormidinha da tarde” vai para: (mayrika)Mr.K

E o Oscar de melhor ato corajoso vai para... Christian Sword of Gor por seu pulo em piscina gelada.




Bom, eu podia falar mais, mas como diz a canção, “Silence is Golden”

Apenas digo que ri como nunca, me diverti como nunca, e não vejo a hora de voltar pra aquele mundinho fechado em que se descobre o valor de ter amigos que não estão preocupados com os detalhes... que não ligam se tudo não sair do seu jeito... que toleram, que respeitam até mesmo os pequenos defeitos e falhas que todos nós cometemos... em nome de uma harmonia inesquecível.

E, se não for pedir demais... que da próxima vez eles acreditem em mim quando eu disser “EU NÃO SOU O ASSASSINO. EU SOU O DETETIVE!!!”

=)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A MANCHA

Era um pote ínfimo, que abri e, descuidada que sou, terminei por derramar o liquido vermelho-sangue no meu peito. O encontrei no fundo de uma gaveta esquecida e nem me lembrava de tê-lo adquirido. A tinta vermelha porem, ao tocar minha pele clara, parecia ganhar vida. Escorria esplendidamente, suprema, intensa, achando por fim ninho no seio nu que a recebia como se por ela esperasse a vida inteira.
Sorri. E segui para o banho.
A água escorria inutilmente... a esponja ensaboada se provou dispensável. Eu esfregava com toda a minha força, mas a tinta, esperta, agarrava-se ao seio desdenhando meu esforço, e ali permanecia, deliberadamente reluzente.

Tentei com álcool, acetona, e tudo que me vinha a lembrança. Após um mês de tentativas mal sucedidas de me livrar da mancha, me convenci de que era inútil lutar contra ela. A mancha em meu peito permaneceria. Permaneceria até o momento que ela mesma resolvesse, cansada de me pertencer, sair, gradualmente, ou talvez de forma inesperada, mas sempre de acordo com sua vontade soberana.
Então a escondi sob a blusa negra e fui à rua.

As pessoas que por mim passavam, pareciam desconfiar. Algumas, em duplas, trios ou grandes grupos, falavam baixo, escondendo com as mãos a boca que dizia algo, e eu sabia, era da mancha que falavam.
No trabalho, uma bondade inesperada recebia-me, no rosto solidário dos colegas, nos alívios de prazos, nas regalias que me eram concedidas sem muitas explicações.
Meu amante passou a enviar-me flores e a ligar mais frequentemente.
Minha gata, que jamais deixara de fazer seus passeios noturnos, agora dormia, cuidadosa, em minha cama.

Nada disso porém me assustou mais que a mudança em meu próprio comportamento. Eu andava cabisbaixa, lenta, reclamando de coisas que em geral não me afetavam. O calor agora me incomodava mais que nunca. Era mais difícil levantar-me da cama a cada dia. Era como se a mancha ganhasse um peso enorme, e me jogasse para baixo cada vez que eu tentava me por em pé. Não fosse a tolerância que eu sabia que me era dirigida, teria perdido o emprego. Chegava cada vez mais atrasada e não era raro eu sair mais cedo, por não me sentir tão bem.

E foi um desses dias enquanto eu voltava mais cedo para casa, caminhando a passos moles, que meu amante me ligou.
-Onde você está?
-Chegando na rua de casa.
-Sozinha? Está na rua sozinha?
-Estou.
-Não ande mais. Me espere. Passo de carro te pegar e vamos pra tua casa.
Eu já não queria. A mancha me havia roubado a libido.
Ele insistiu.

Parei encostada na parede de uma casa. Notei que estava ofegante. Lembrei que não havia comido nada aquele dia. Estava tonta e até esperar me parecia uma tarefa estressante. Foram dez minutos. O carro parou e ele desceu e abriu a porta. Eu devo ter dado um passo e então ele se adiantou, caminhando até mim e me pegou no colo.
-Não quero que você ande. Está debilitada.

Larguei-me em seu colo e ele me pos deitada no banco de trás.

Em casa, ele gentilmente preparou uma refeição. Comi um pouco. Agradeci.
A cama que assistira tantas noites de luxuria interminável, dessa vez era testemunha de uma cena piedosa. Piedade era o que ele tinha nos olhos. Os atos belos e dignos não eram mais os de uma mente apaixonada, e sim os de um bom coração. Eu sabia. Eu precisava apenas que ele me dissesse.

Levantei-me com esforço. Deixei a saia deslizar por minhas pernas. Ele assistiu com interesse. Talvez, talvez eu estivesse enganada. Comecei a desabotoar a blusa, lentamente.

-Não. Não faça isso.
-Por que?
-Deixe a blusa. Vem pra perto de mim...
-Não! Qual o problema?
-Não tire a blusa. Venha. Quero você.
- Eu sou o que há por baixo dessa blusa! O que há em mim que você não quer? Se teu amor não tolera as manchas dos fracassos, das inseguranças, dos medos que sim, tenho, se a parte mais obscura de mim não te pertence tambem, então nada mais em mim te pertence.
- Não. Não é assim. Você não precisa tirar essa blusa. Seja minha. Sempre. E que essa peça de pano esconda o mal em ti, e nos possibilite uma vida boa.
- Não! Me queira inteira. Ou saia, simplesmente!

Ele sentou na cama, derrotado. Tapou o rosto com as mãos.
Tirei a blusa, e a joguei em seu colo.
Busquei a mancha com o olhar.

Eu tremia. A mancha havia sumido completamente.

- Clara, entenda... Eu não posso abrir meus olhos.
- Não os abra. Vai-te. Fecha os olhos e vai-te. Jamais retorne.
- Mas, Clara, eu te amo.
- Eu sei. Mas você não me conhece. Vai agora.

Ele passou por mim, cabisbaixo. E eu senti. Um arrepio mórbido gelou meu corpo inteiro. Eu sabia. A mancha ainda existia. Não mais em mim. Ela agora brilhava no peito do homem que passava pela porta.


segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Dando A Bunda A Tapa

Esses dias fui entrevistada na comunidade BDSM Inicio Dificil.
Eu já previa que passaria por uma ou duas saias justas.... rs. O que eu nao sabia era que dar a bunda a tapa desse jeito, revelando minhas opinioes, mesmo aquelas que nao agradariam a todos, pudesse ser tao gostoso!

Foi libertador. Cada resposta uma nova chance de dizer "Sou humana. Tenho minhas incoerencias, como todo mundo tem. Nao sou nem quero ser exemplo de nada. Quero ser quem eu sou".

Mil obrigadas a todos que dedicaram um pouco de seu tempo fazendo perguntas e me permitindo esses momentos de expressao.

=)

E isso me fez lembrar de umas confissoes que eu um dia escrevi:

- Confesso que já senti solidão. Já dormi abraçando o travesseiro e sonhando com príncipe encantado.

- Confesso que tenho neuroses inconfessáveis. E uma ou duas obsessõesinhas...

- Confesso que já me senti nas nuvens em sessões de SM. E que já me senti também profundamente entediada, na mesma situação.

- Confesso que já fui ao céu assistindo cenas SM, como também já as assisti com o mesmo prazer de quem está sentado na cadeira do dentista.

- Confesso que já quis mandar tudo pro espaço... SM, D/s, amigos, família e bens materiais, e trocar tudo por uma cabana no monte mais solitário.

- Confesso que nunca consegui mandar tudo pro espaço... sem SM não vivo, sem a possibilidade da D/s. me entedio, sem os amigos e a familia, desabo.

- Confesso que acredito ter algum tipo de depressão crônica, algo que justifique um vazio que vem e vai, mas sempre volta, permeando minha felicidade.

- Confesso que me considero absolutamente perceptiva. Mesmo assim, já cometi erros e injustiças ao classificar pessoas.

- Confesso que já questionei o SSC, e que acredito nele apenas até certo ponto.

- Confesso que já olhei para os meus cortes e pensei “dessa vez eu exagerei”, enquanto o sangue escorria...

- Confesso que gosto de meninos e meninas... Que já me senti “uma estranha no ninho” quando minhas amigas se trocavam na minha frente, no banheiro. Que já evitei olhar e que já olhei descaradamente. Que algumas vezes esses olhares terminaram em noites maravilhosas...

- Confesso um certo arrependimento por ter saído com certas pessoas, por ter beijado certas bocas e deitado em certas camas.

- Confesso que tenho sim, um lado sádico. Nao que eu queira causar dor, mas ver um rosto se contraindo ao som de um chicote me leva às nuvens...

E após tantas confissões, eu agora espero que quem for falar mal de mim, fale! Mas dizendo a verdade...

KISS!


quinta-feira, 31 de julho de 2008

24/7



Nao sei se todos estavam lá pelos mesmos motivos pois haviam muitos motivos para estar lá. Essa festa que parece juntar tribos e reunir pessoas queridas e seus desafetos em uma inesperada harmonia, tem razao de ser. Alguns foram pelas palestras, pela oportunidade de aprender tecnicas e discutir teorias. Outros foram pelos amigos, para rever, para conhecer, para cultivar... Tem os que foram para ver e realizar cenas em um ambiente apropriado. E tambem tem os que foram porque sabiam do tamanho e peso do evento e nao podiam ficar de fora.

Eu fui, e irei todos os anos que me for possivel pelo mesmo motivo. Para comemorar uma data e marcar presença como o que sou. Para comemorar e exaltar o Sadomasoquismo da maneira que me cabe. Vou pra mostrar que existimos e somos muitos. E somos sim, normais, apesar de todo Sadomasoquista ser um tanto incomum.

Foi uma festa eufórica de abraços e sorrisos. Tive a chance unica de "palestrar" entre amigos queridos. É verdade que eu carregava em mim algumas ausencias... pessoas que nao puderam estar alí, ou que optaram por nao estar, mas que em mim, estavam.

E em meio a uma cena que assisitia, captei um olhar de menina. Ela observava a cena e a absorvia com paixao. Ela cantava baixinho o nome de Sade nessa musica tao conhecida por nós, que alí estavamos. É nesse olhar que mora o motivo. Nesse olhar que diz "é isso que amo e que quero" se justificou completamente a minha presença nesse evento tao bonito.


=)


"Sade dit moi
Sade donne moi
Sade dit moi qu'est ce que tu vas chercher?
le bien par le mal
la vertu par le vice
Sade dit moi pourquoi l' 'evangile du mal?
quelle est ta religion ou` sont tes fide`les?
Si tu es contre Dieu, tu es contre l'homme.
Sade dit moi pourquoi le sang pour le plaisir?
Le plaisir sans l'amour.
N'y a t'il plus de sentiment dans le culte de l'homme ?
Sade es-tu diabolique ou divin?"

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Verdadeira


Que é isso que escondes na bolsa sabiamente parda
Quando passo silenciosamente desconfiada
E te vejo, aparentemente serena?
Uma dor? Um vício? Um dilema?

Que traz sob o sorriso vago, melancolicamente treinado
Em teu espelho, confidente único
De tuas verdades que em vão procuro
Um desespero? Um medo? Um absurdo?

Que paixão secreta te move a alma
E te molha os olhos, e te rouba a calma
Que pinta no rosto ao sair de casa?

Ate teu andar é torto e tu és direita
Que medo de não ser aceita
Justifica tamanha ilusão?

Se ser boa e bela é sacrilégio
Travestir-se de sombra é privilegio
E é vantagem, em um mundo cão

Destruíste meu soneto
Criaste em mim o ímpeto
De ultrapassar quartetos e tercetos

E sou poeta, pra mim a métrica
É solução... roubaste-me a razão?

Te vejo tímida, e a tua timidez contrasta
Com tuas vestes libertinas, tua cruz de prata

Te quero inata!
Te tenho incerta...
Te tenho ausente...
Te quero inteira.

Indecentemente... verdadeira!

sábado, 19 de julho de 2008

De novo a história de O.....

Não agüento mais... simplesmente não consigo... me recuso a ouvir mais uma vez gente citando a historia de O como se fosse uma das grandes obras da literatura e ficar quieta.

Tudo bem que tem seu valor histórico, para o publico restrito dos romances eróticos sadomasoquistas... Mas será que fui só eu que achou que a mensagem geral da historia não fala lá muito bem do SM?

Se vc ainda vai ler, abandone esse post.... pois me sinto compelida a falar um pouquinho dos dois finais...

Pois bem.... se vc já leu, sabe muito bem que toda a trajetória da personagem O termina numa dessas duas situações: o abandono ou o suicídio.

Os dois dominadores que a tiveram, o namorado e Sir Stephen, a abandonam no final. A personagem segue, cada vez mais se despindo de seu ego até que em um dos capítulos, aparece mascarada, entregue a quem quer que a queira, despida de qualquer traço de personalidade ou de qualquer restrição, ou sintoma de vontade e desejo próprios. Tornou-se por fim, a submissa mais submissa de todas as submissas. É comparada a um animal (isso não sou eu que faço, é a autora). Um casal na festa, discute em sua presença se fariam ou não uso dela, e ela, muda, aguarda a decisão, em sua fantasia de coruja. Porque rosto, já não tem. Gente, já não é. Perde qualquer conexão com sua própria humanidade. Os dominadores mais durões dirão: Louvável!!! Mas se é tão louvável assim, porque ao chegar ao auge da submissão ela é abandonada à própria sorte?

Talvez eu tenha entendido errado, mas me parece que o titulo poderia muito bem ter sido “Ascensão e Queda de O” ou “O em Decadência”. O segundo final que o livro propõe ainda me da mais argumentos para teorizar assim. "O", após ser abandonada teria se suicidado, com o consentimento de Sir Stephen. Bela dominação. Aplaudam a Pauline! Digam, subs de plantão que adorariam estar nas mãos de um homem assim! Eu, vou continuar dizendo que gosto sim, da obra, mas que para mim ela não exalta as relações D/s, e sim, propõe a seguinte questão, que alguns leitores parecem não perceber:

Será que uma entrega que desumanize o ser entregue é desejável? Será que no momento em que uma submissa torna-se DE FATO objeto, destituído de vontades e desejos próprios, ela não se torna ao mesmo tempo um ser dispensável? Será que os dominadores querem de fato governar alguém sem paixões próprias? Ou será que mesmo aqueles que desejam alguém que os obedeça, esperam algum desafio, alguma restrição, algum foco de incêndio passional que mostre que aquela com quem estão também sente, quer, tem princípios independentes?:

Vi tanta coisa acontecer nesses 4 anos em que tenho tido a chance de ver e viver o BDSM. Vi tanto absurdo feito em nome da dominação... E aqui, me abro com quem teve a paciência de me ler até agora, para um relato pessoal. Quem anda comigo já ouviu essa historia certamente. Eu a repito a todos com quem tenho amizade, pois isso é algo pelo que nunca mais quero passar na minha vida.

Eu tive uma amiga. Dessas amigas que agente ama, ouve, chora no colo. Em geral, sou reservada, pouco falo de mim. Ela me ganhou, quebrou minhas barreiras e eu era extremamente grata por te-la em minha vida.
Ela tinha um Dono.
O Dono se indispôs comigo por eu ser próxima a alguém que ele acreditava ter feito mal a ele.
O Dono a proibiu de ter qualquer contato que fosse comigo.
Ela me ligou. Contou o que ele tinha dito
Eu ri. Era um absurdo. Esperei que ela risse também.
Mas ela chorava.
Demorei pra entender porque ela chorava. Eu devia estar em “negação”
Ela me disse que me adorava, mas que deletaria meu nome de suas listas de amigos e não mais me ligaria.

Desliguei o telefone. Naquele me momento eu também me desligava de vários conceitos que antes tinha sobre dominação e submissão. Eu me refiz em bases mais solidas. Eu nunca mais fui a mesma.

O Dono de minha amiga já é ex dono. Eu e ele conversamos sobre nossos problemas e refizemos nossa amizade. Ela eu vejo muito esporadicamente, no meu MSN onde a aceitei de volta. “Oi, tudo bem?” “Tudo, e vc?” “Tudo ótimo”. A isso se resumiu minha amizade com minha confidente dos velhos tempos. O mundo dá voltas. Sinto saudades. Talvez um dia venhamos a retomar um contato maior. Talvez...

Mas aqui... aqui termina a inocência. Aqui eu velo a "O" em mim. Aqui eu renego amizade com as "Os" da vida. Aqui eu digo, quero gente de verdade. E tenho amizade com submissas, sim... porque não? Eu ainda acredito que existem submissas com princípios que não se vende, não se dá e não se entrega!




Ah, quase esqueci... alguem reparou que a letra "O" tem a mesma forma do numero zero?

;)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Caminhos...

Tenho uma tendência à procrastinação. E quem pode me condenar por isso, se vivo em um mundo tão rico de escolhas e possibilidades. Tão absolutamente imprevisível, e tão rico em experiências, que ao invés de aproveitar esse privilegio, as vezes contemplo tudo, e tanto, que termino paralisada. E eu não sou a única.
Minhas melhores amigas também sofrem desse mal. Mulheres feitas, independentes, empreendedoras que também são assaltadas por essa letargia da escolha. Caminhos, muitos deles, se põe a seus pés, se bifurcando e se abrindo em tantos atalhos que entontecem, cegam, seduzem... O grito é o mesmo grito de Alice, lá em seu país das maravilhas...

“- Um lado irá fazê-la crescer, e o outro irá fazê-la diminuir.
“Um lado do que? Outro lado do que?” pensava Alice consigo mesma.
- Do cogumelo - respondeu a Lagarta, como se Alice tivesse perguntado em voz alta, e já no momento seguinte, a Lagarta havia desaparecido.
Alice permaneceu pensativa, olhando para o cogumelo por um minuto, tentando compreender quais eram os dois lados da planta, e como ela era perfeitamente redonda, sentiu-se em meio de uma difícil questão. Entretanto, por fim a menina esticou seus braços o mais que pode em torno do cogumelo e cortou um pedaço da borda com cada mão.
“E agora? Qual é qual?”

Pois é, minhas queridas amigas. Eu também queria saber. Mas o fato é que o tempo das respostas fáceis já se foi. Hoje em dia, cada escolha é uma aventura, uma incerteza. Cada sim implica em milhares de nãos. E dizer não, dói. Uma escolha nem sempre é liberdade. As vezes uma escolha é uma privação. E caminhamos, escolhendo tanto, pensando tanto, buscando tanto nosso caminho claro e definido, que quando chegamos onde queríamos, nos colocamos a repensar se era isso mesmo, se valeu a pena, se os atalhos que nos negamos a tomar não esconderiam em si exatamente aquilo que nos motiva, que nos faz viver de verdade.

Ou talvez, talvez agente possa, com muita sensibilidade e um baita de um jogo de cintura, driblar as escolhas e viver entre o sim e o não, nos permitindo as incoerências, saboreando as contradições de nossa amada vida moderna.

terça-feira, 15 de julho de 2008

SEX SHOP



Entro. Destemida.
Sorrio e digo bom dia à recepcionista, uma moça já vestida e tatuada adequadamente para passar a impressão de que entende do que fala. Toco meu piercing como que para ter certeza que ele continua lá. Ok. Piercing em posição. Sou do meio. Veterana. Sigo tranqüila.
A morena tatuada se aproxima lentamente enquanto olho as fantasias... enfermeira, diabinha, dominatrix... Ela acha a brecha pra puxar aquele papo explicativo:

- Essa ia ficar linda em você. Você tem um jeito de mulher mais confiante... mais... dominadora!

Eu rio, discretamente.

- Tem alguma de empregadinha?

Enquanto ela se inclina procurando a fantasia, diga-se se passagem, um pedaço de pano ruim se fazendo de avental e um vestidinho preto curtíssimo, desses que tenho uns 20 jogados no armário, eu vejo a tatuagem mal feita em sua batata da perna. Duas anjinhas, se beijando, com as pernas entrelaçadas. A brincadeira acaba de ficar mais interessante...

Rejeito a fantasia... sigo para o corredor de cosméticos. Cremes, óleos e todo tipo de gel com todo o tipo de efeito.

- Esse aí...
- Esquenta – interrompo – acido faz isso
Rimos...

- Ah, esse é fantástico... óleo de massagem..
- Comestível... tenho alguns... Tem de manga?
- Hummm.... não... morango... laranja... kiwi vc conhece?
- Hum rum... já tenho também. Só falta mesmo o de manga.
- Esse vou ficar te devendo.

Vejo as camisinhas. De vários sabores, modelos, marcas e tamanhos. A que brilha no escuro, a estriada, para seu prazer. Tudo parece continuar inalterado no cenário dos preservativos. Vejo que a morena sorri imaginando que tem uma novidade:

- Uma coisa interessante é que temos também a camisinha feminina. Não sei se já ouviu falar. E está em promoção por 12 reais apenas!
- Ah, sim, a reality? Essa que vende em farmácia mesmo?
- Vende? Já? Não sabia...
- Sim. Tem na Drogasil, por seis reais.
- Ah... – ela sorri desconcertada.

- Por acaso você tem meia arrastão?
Os olhos dela se enchem de um brilho feliz.
- Tenho, tenho sim. Muito boa a marca... veja...
Eu olho... olho...
- é boa... mas eu quis dizer arrastão 7/8
- Nossa... dessas no Brasil eu nunca vi!
- Eu compro sempre...É até fácil de achar mas imaginei que como estava aqui podia já levar algumas....
Ela baixa a cabeça... e arruma o piercing do umbigo.

Largo as meias no balcão e caminho para o fundo da loja... e encontro enfim, a ala sadomasoquista do estabelecimento. Agora sim estou em casa. Mas ela insiste em me seguir. Meus olhos que já brilhavam de prazer agora molham em um sadismo delicioso. Vejo os chicotes, se é que se pode chamar aqueles produtos mal acabados de chicotes... e vejo ao meu lado a morena tatuada, malhada, bronzeada e perfurada... provavelmente já enfadada de tantos filmes pornôs de baixo orçamento. Confiante, segura de que nada mais haveria no mundo fascinante dos acessórios eroticos que a pudesse impressionar. Meu sorriso já é de gato de Alice, a vendo prestes a entrar um mundo tão alem de sua imaginação.

- Você tem algum flogger?
- Um o que?
- Chicote de tiras...
- Não.. mas temos esse, estilo tiazinha.
- A chibatinha?
- Sim, acho que sim.
- Tem alguma longa? Mais resistente? Chibata de verdade?
- Não... de verdade acho que não.
- Tem paddle?
- O que?
- Palmatória.
- Tipo... de madeira mesmo?
- Borracha... ou madeira mesmo. Você tem?
- Não.
- Tem longo?
- Consolo?
- Não, chicote. De 3 metros.
- Nossa. Não.
- Tem cane?
- O que?
- Deixa pra lá...

Eu sei, eu realmente deveria ter ido devolta à selaria, mas eu não queria escandalizar ninguém... É, não queria, mas a oportunidade se lançou a meus pés como uma submissa desesperada por coleira, e eu não poderia, de forma alguma, dizer não a ela.

A morena suspirava baixinho. Se fosse outra, a essa altura já teria me abandonado no meio de todo aquele couro mole, mas não. Ela permaneceu. E se permaneceu até então, senti que talvez houvesse nela o mesmo orgulho e o mesmo brilho no olhar que havia em mim. Talvez ela também fosse uma apaixonada pelo conhecimento alternativo, e buscasse, tanto quanto eu, despertar nas pessoas uma certa admiração, um certo reconhecimento pela experiência de vida em um cenário ainda tão restrito e criticado. Porque não é qualquer um que ama o sexo e o desejo a ponto de contra todos os preconceitos e constrangimentos, ir em busca de aprender sobre filmes, dildos, óleos de massagem, fantasias e chicotes. Nem toda mulher sabe prender meia na liga, embora a maioria saiba muito bem criticar uma mulher que saiba prender meia na liga... Somos raras, que se atrevem a provar antes de dizer “não gosto”, tesouros que sabem ter prazer de tantas formas, pérolas que aceitam o novo e que sabem exatamente como tocar outras pérolas, e também desvendar os mistérios do sexo oposto, e que gozam de verdade. E que se não gozam, reclamam e pedem mais. E nem sabemos as vezes que somos perolas, porque àquelas que nos cercam, ensinamos a nossa liberdade, e transmitimos esse dom, como se um dom se transmitisse, e fazemos o impossível: Quebramos as pedras do preconceito, da limitação, e da cultura.

Ou talvez fosse outro o motivo. Mas o fato é que ela continuava ali.

Peguei uma algema... ela corou... era coberta de pelúcia rosa. E pra piorar não trancava. Fui compassiva. Não disse nada.

Suspirei... Ela sorriu solidaria.

- Bom... mas temos coisas boas...
- Cordas para bondage?
- Não trabalhamos com corda.
- Aparelhos de eletroestimulaçao?
- Isso não. Mas já ouvi falar.

Então fiz o que uma mulher deve fazer quando se sente completamente desestimulada. Caminhei para o corredor dos vibradores, na mesma velocidade que se caminha para a forca.

- Esse, o que faz?
- Potencia máxima! E tem essa pontinha pra estimular o clitóris.
Liguei... doía até na mão e fazia um barulho dos infernos.
- Esse outro aqui.... é seguro?
Apontei para um consolo preto de proporções imensas, descrito como acessório de dilatação sexual.
- É sim... se usado com carinho, né?
Como meu estilo não é exatamente carinhoso, passei para outro.
- Esse aqui você enche de água e poe para congelar. É o nosso best seller!
Era bom, realmente... mas eu já tinha. E fui olhando. E era tanta coisa, mas as idéias eram as de sempre. Devo ter olhado uns vinte tipos quando algo me chamou a atenção.

Ele era de tamanho médio. Cor da pele. E se destacava como um mistério no meio de tanto pau revolucionário.

- Esse. Esse aqui... o que faz? Fala?

Ela riu.
- Não. É um modelo antigo. Um consolo de borracha, tamanho médio.
- Mas ele não faz nada?
- Não. Nem vibra nem nada.
- Sei, mas... e como usa?
Os lábios dela finalmente então se moveram satisfeitos
- Esse você introduz onde preferir e imita os movimentos mecânicos de uma relação sexual tradicional.
- Uma o que?
- Uma relação sexual tradicional.
Achei original.
- Vou levar. Quanto é?
- 15 reais.
- Passa no debito pra mim?

E assim, fiz minha mais recente aquisição em uma sex shop. E a compra foi perfeita. Como um bom sexo baunilha. Primeiro eu tive prazer. Depois foi a vez da vendedora. Nada de estrepulias, nada de meia nove pra encurtar caminho. Eu tive meu momento, ela teve o dela.

Mas claro que.... isso estava tradicinal demais pra mim. Ela me levou até a porta e puxou um assunto qualquer. Conversa vai, conversa vem, eu resolvi leva-la pra casa experimentar o meu novo brinquedinho sexual...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

BEIJO DE MULHER



Beijo de mulher é assim... mágico.

Hipnótico e ousado....

Eu consigo perceber, mesmo nos beijos mais caóticos, intensos, dramáticos, algo de terno... abrigo... apoio.... é beijo amigo ainda que seja encontro de boca e sexo molhado...

É mais vermelho... e mais rosado....

Gosto de quem me beija de olho fechado... se há multidão que rosna.... esqueça.... se aplaudem, não se envaideça... que o beijo que é para os outros, em mim tem gosto de tristeza...

A menina que beija o beijo, simplesmente não me beija....

A que me procura nele, me encanta e me tem inteira!


Hj, na minha boca, o gosto do teu beijo
E do beijo... que ainda não dei,
no lugar que sonhei...

sexta-feira, 18 de abril de 2008


Acordar cedo...
Prova de literatura... aula de latim...

Almoço corrido...
Levar criança pra escola.... e aí...

Voltar pra casa... sentir calor... jogar a blusa longe...
Ligar o som... ler um scrap... acender um cigarro
Bater um papo leve no telefone... esfriar a cabeça... me sentir livre, mesmo que por uns momentos...

Tinha esquecido que nessas coisas tambem há prazer

Tinha esquecido por pura falta de tempo... pura falta de habito.

Mas é tão bom ter um momento assim... umas horinhas pra mim
Eu sei que depois... depois vou voltar a ser quem tenho que ser... voltar a dar os sorrisos que tenho que dar e os beijos, que as vezes nem quero, no rosto suspeito...

Queria achar o acampamento abandonado de Thoreau em Walden e viver um tempo na floresta, como ele. Redescobrir a natureza e a independencia, a desobediencia civil.

Por enquanto acampo neste apartamento, e enquanto aqui me encontro em paz eu penso se não dou valor demais a coisas tão pequenas...

ah, não... é meu momento de deixar o sol entrar!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

SoMos Amigos!



Em um momento difícil, que graças a Deus, já passou, recebi o carinho de todos vcs, direta ou indiretamente. O mal foi embora. A lembrança do apoio que tive jamais irá.

E fica aqui registrado meu agradecimento a todos vcs:


Sr Asgard, Doktor Docemestre, {Bia.Biazinha}_MESTRE SCORPIOl, MESTRE SCORPIO, branca_CSoG, hazine_ASGARD, AK, Levanah, anna{EAV}, Bela, Leo{BL}, {Deusa} KL, camille, du, Tirano, Mr K rock e mairyka, Lord Dragon e {Veronica} Lord Dragon, AD_Denise, Art Dominus, Mestre JB, anita,{ella}_Senhor Sinistro, yar, trevi, cadela mara,mizinha doll, Lenhard, Sr WZ e {princesa}_WZ, naara, doce femea, justine...


Há uns 4 anos, quando entrei pela primeira vez em um clube sadomasoquista, soube que havia encontrado finalmente, pessoas que compartilham de minha forma de ser, de meus fetiches, de minhas fantasias... Apenas não imaginava estar encontrando amigos para todas as horas. É engraçado que hoje em dia, meus melhores amigos são justamente pessoas que conheci nesse contexto.


É uma boa surpresa, sem dúvida!


beijos com carinho, sempre... ♥



terça-feira, 25 de março de 2008

dramin... propanolol...efortil...



E de repente....

Tudo vem. Milhares de desejos. Deve ser minha "fase de sair pra rua", de ser jellicle cat...

E eu presa na cama, e no mal sentido... esperando essa virose passar, pressão estabilizar, coração voltar a bater direito...

Aí ele vem perguntar se estou melhor...

E eu penso "Não... vem aqui? Aí vc me faz ficar melhor a força... tira a minha febre a tapas... e sabe o que mais, um gozo ou dois não me faria mal nenhum.... "

Engulo seco... e respondo: "Estou melhorando... obrigada!"

E aí.... dramin.... propanolol.... efortil...


"On life support...Tubes in my nose,
Tubes in my arms... shot full of holes...
and I go wild
when you're in my face
I go wild when I
taste your taste
I go crazy
I go insane
I get sick.. somebody stop this pain"
(stones - I go wild)
=(

domingo, 2 de março de 2008

Sensibilidade....

Algumas meninas vão me entender...

Dom X diz: Olá, menina
tavi diz: oi, Senhor
Dom X diz: Tudo bem? Como vc está?
tavi diz: vou indo, Senhor.... ontem perdi uma pessoa da família... entao ainda estou bem fragilizada....
Dom X diz: Ah....
Dom X diz: Chato....
Dom X diz: Mas fora isso, como está?
tavi diz: bom.... nao sei... dificil pensar "fora isso" hj...
Dom X diz: Ah... não... quero dizer.... e de resto, está bem?
tavi diz: hum.... sim.... eu acho....
Dom X diz: Que ótimo! E já que está bem, quero te falar uma coisa. Minha namorada e eu, há tempos falamos de como seria bom fazer uma sessão com vc. Agora soube que vc está sozinha e acho que é o momento ideal. Como está sua semana? Podemos marcar pra terça feira?
tavi parece estar offline......as mensagens enviadas serão entregues quando este contato entrar

(baseado em fatos reais)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

PAIN


"Eu me finjo de morta... Isso para a dor...
Eu me finjo de morta.... E a dor pára...

As vezes é como dormir
Me enrolando dentro de minhas torturas particulares
Eu me aninho na dor
Abraço o sofrimento
Acaricio cada ardor...

I play dead... it stops the hurting... I play dead... and the hurting stops"

traduçaozinha de "Play Dead" - Bjork

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

JURO QUE NÃO SOU GÓTICA!!


Copia de um bilhete deixado para minha empregada:

"Dona Cida, aqui, quando vc for por as roupas para lavar, não precisa seguir o esquema de primeiro as roupas brancas, depois o resto. Separe as roupas PRETAS. Ponha para lavar primeiro tudo que for preto, e depois o resto, separado, tá? E não, Dona Cida, pela terceira e última vez EU NÃO SOU GÓTICA!!! Beijos."

=)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Morte




Nos últimos quinze dias tive dois contatos com a morte. O primeiro, a morte de uma pessoa extremamente querida. O segundo, a morte de alguem que eu nem cheguei a conhecer pessoalmente. É interessante pensar que nos dois casos, havia como base, um mesmo sentimento. Obviamente sofri muito mais a morte da pessoa que me era cara. Mas me surpreendeu que eu tenha ficado abalada pela segunda morte, de alguem que eu honestamente nem gostava. A notícia, a princípio, não me causou grandes sentimentos. Mas após um tempo, vem essa sensação de unidade com todos os seres. Esse medo de que a vida nem sempre faça sentido. Essa certeza de que a humanidade está conectada de alguma forma por esse medo da morte, e por essa impressão que nenhum ser a merece.


Nada disso pareceu coerente com o fascínio que a morte exerce em mim. O sombrio me é um grande atrativo. E eu pensei... pensei que talvez, seja exatamente esse medo da morte que me faça andar de braços dados com ela.... Como dizia Sade, "A melhor forma de se familiarizar com a morte é liga-la a uma idéia libertina" . Talvez seja isso. Talvez eu tenha tanto pavor do fim que eu viva querendo ter intimidade com ele. Eu busco o risco, a dor, o panico... tento vive-los vez após vez, para que a hora que a morte chegue, ela não me seja uma inimiga impiedosa, mas sim, uma velha conhecida, que me traga conforto em seus braços....


Talvez...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A Question...



- Mas você é submissa?

- Hummmm..... não sei...

- Do que você gosta afinal? Do que você tem certeza?

- Tenho certeza que gosto de dor, mesmo que eu mesma tenha que provocá-la. Amo meus cortes. Não saberia viver sem eles. Gosto do cheiro do couro, da cor dos Dungeons, do ardido do golpe do chicote, das paddles, das canes... E do som... o som maravilhoso que isso tudo faz. Gosto da atençao que ganha aquela está exposta, recebendo a dor, sofrendo as marcas. Gosto de tocar os hematomas e correr o risco de que alguem os veja quando caminho pela rua e o vento provoca minha saia. Tenho tambem certeza que anseio por um momento de total vulnerabilidade. Um momento mágico de tragédia, não concretizada, mas sentida.... Eu quero sentir...


- Então tua paixão é pela Arte!



terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

tavi