segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Quando ele entra em mim...


Ela foi abençoada com esse dom. Ela sabe sentir dor com a expressão de quem passeia no parque. E sabe também encher o olhar de desespero, a ponto de causar piedade a um Dominador, ou prazer a um Sádico, sem estar sentindo um pingo de dor real. É pura desensibilização. Quando você aprende que não importa quanta dor você sentir em um momento, essa dor, eventualmente passa, você se torna alvo móvel e rápido. Quando você entende que se a dor for realmente insuportável, você desmaia e para de sentir, não há dor que te dobre. Há o que te fira, o que te mate, mas não o que te dobre. Então, você passa a ser uma pessoa perigosa. Você não é mais escrava das suas reações. Você não mais reage, e sim escolhe a impressão que quer passar... Em tudo. Quem controla a dor, controla tudo. Amor, carinho, raiva, medo, tédio, repulsa e paixão... nada é mais difícil de controlar e de forjar do que a expressão primária de dor.

Poder total. E ainda assim, corrompimento zero. Ter poder e ter sabedoria ao mesmo tempo... te leva a entender que não é conveniente, nem ético, usar de todo o poder que te cabe, ainda que por mérito. Manipular... é fácil. Ela tem plena convicção de que pode.
Mas então chega aquele que ela não quer dominar. Aquele com quem ela não ousa usar todas as armas que tem. Ele a vence porque sabe exatamente como causar nela esse desejo de não fingir e não forjar. Essa honestidade de admitir sua dor e sua verdade, mesmo que relutantemente, após uma batalha, que ela começa sem saber por que. O instinto felino a move e ela escapa, foge de si mesma e dele, arranha e fere. Até que ele a convence a guardar as garras e rastejar pra perto. E se enrolar em suas pernas. Ele a afaga e ela eleva o ventre que implora por toque. Ele a toca e ela escorre em seus dedos como gelo derretido. Ele a toma para si e a invade e ela se abre e se expõe para que ele a conheça, e a tenha, profundamente. Encaixe perfeito. Ela pode então fechar os olhos e sentir. Com ele, e só com ele, ela simplesmente...reage, se deixa levar. Não é isso a própria submissão, em uma de suas facetas mais complexas?


Carne dele, quente, que pulsa e se faz ainda mais rígida dentro dela. Carne dela, que capta o calor e a textura. Movimento que se intensifica e é transformado em prazer físico, inexplicável, indescritível. Ela o envolve e suga, ferozmente. Ele se impõe supremo, rompendo as barreiras, desafiando o atrito. Ela recua e ele a persegue, e se vinga em um impacto brusco. Ela dói e geme. E sente que ele é maior. Que se coloca até o fim do espaço que ela tem a oferecer. Ela teme. Esse temor a excita ainda mais. Ele navega em seu corpo, sem piedade e causa dor e desconforto... e também um prazer maior que tudo. Ela se move, projetando-se, oferecendo-se em impulsos. Seu corpo dança com o dele. Mais... e mais... Ela sente como se seu sexo derretesse. Como um choro que vem vindo até que explode. Desespero e alívio. O gozo sobe em ondas elétricas e caminha nela, corpo e mente. Os olhos se fecham e a cabeça é jogada para tras. Um sorriso se abre em seus lábios. Ela aos poucos volta a si. Ainda desnorteada. Ela quer agora virar de lado, abraçar seu cobertor e dormir tranqüila por alguns minutos. Mas ele continua... continua... E tudo volta. Eletricidade, prazer e dor.

Ele abandona o sexo dela e se força em um lugar ainda mais profano. Ela grita de dor e surpresa. E sente como se ele a violasse, abrindo espaço dentro dela, rasgando o corpo relutante, tomando posse, deixando claro que ele faz o que quer, como quer, onde quer, e que não há nenhuma parte dela que não o pertença. Ela aperta os olhos, já fechados. Ele continua a se mover dentro dela. E cada vez mais forte, mais fundo, mais rápido. A dor adquire uma nova dimensão. Dor e prazer. Inseparáveis. Como se unidos em uma nova sensação que não tem nome. Ele geme e a puxa pra si, se forçando nela, demoradamente.... E goza, e quanto mais goza, mais se empurra contra ela. As vezes ele ri um riso curto, e ela pensa “Eu simplesmente amo esse riso sádico que ele tem.”

Depois, ele demora pra sair dali... fica uns minutos observando como ela reage. Espera sua respiração voltar ao normal. As vezes ele brinca dizendo algo como “ Eu podia ficar aqui pra sempre”. Ela ri e diz “Olha, pra sempre é muito tempo...e isso dói!” - e faz cara de menina assustada. Ele ri e se retira dela... as vezes de uma vez.. as vezes aos poucos... Ela se sente molhada por dentro. Ele adormece. Ela fecha os olhos, aperta as coxas e fica sentindo...sentindo.... até adormecer.




=)

2 comentários:

Anônimo disse...

Minha cadelinha linda,

Me lembro perfeitamente de quando te pedi esse texto.
Lembro que você ficou toda sem jeito, com vergonha, pois estaria se expondo de uma forma bem explícita, para todos que acompanham o teu blog.
Mas dentro de mim, algo me dizia que você iria se sair bem, que você faria um texto onde colocaria toda a sua emoção e sentimento.

Conversamos algumas vezes e discretamente (e às vezes até diretamente, rs) eu perguntava sobre o texto.
Você me dizia que lhe faltava um pouco mais de inspiração, que estava aguardando o momento certo.

O tempo passou.
E ontem, ao entrar no teu blog, me deparo com esse texto.

Li e reli pelo menos umas 3 vezes seguidas, observando cada detalhe, cada nuance.
A cada leitura, a cada parágrafo, flashs me vinham à mente, me fazendo recordar e reviver tudo aquilo que estava escrito.

Eu sabia que você faria um texto perfeito, com imagens perfeitas, mas jamais imaginei que seria assim TÃO PERFEITO!
Você, como diversas vezes fez, me surpreendeu de uma forma fantástica.

A sensação de satisfação e orgulho que senti é inexplicável.
Com certeza este é um texto que guardarei para sempre comigo.

Parabéns minha menina!

Beijos do teu DONO sempre orgulhoso!
SENHOR ÁSGARÐ

Spanking OTK disse...

Hello, you have a very nice blog here!!!

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tavi